Esta imagem da Nasa mostra recuperação do buraco da camada de ozônio

O buraco que se abre anualmente na camada de ozônio sobre o Polo Sul atingiu, em 2024, sua sétima menor extensão em mais de três décadas. Entre setembro e outubro, período de maior destruição do ozônio, o buraco se estendeu em média por 20 milhões de quilômetros quadrados, cerca de três vezes o tamanho dos Estados Unidos. Segundo cientistas da Nasa e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA), isso indica uma recuperação gradual da camada.

Composta de gases que atuam como um “protetor solar” do planeta, a camada de ozônio é vital para reduzir a radiação ultravioleta (UV) que atinge a Terra. A perda do ozônio levou a níveis mais elevados de UV, aumentando casos de câncer de pele e catarata, afetando a agricultura e comprometendo plantas e animais em ecossistemas aquáticos.

Desde o início do monitoramento por satélites, em 1979, a menor extensão diária do buraco ocorreu no início dos anos 2000.

O tratado internacional Protocolo de Montreal, firmado em 1987, foi um marco na reversão do problema ao eliminar a produção de substâncias como os clorofluorocarbonetos (CFCs), presentes em refrigeradores, ar-condicionado e produtos aerossóis, principais responsáveis pela destruição do ozônio. Assim, considera-se que o início da recuperação da camada se deu em 1992, quando o protocolo entrou em vigor.

“O buraco antártico de 2024 é menor do que os buracos de ozônio observados no início dos anos 2000”, disse Paul Newman, líder da equipe de pesquisa de ozônio da Nasa. “A melhoria gradual que vimos nas últimas duas décadas mostra que os esforços internacionais que reduziram os produtos químicos destruidores de ozônio estão funcionando.”

A NOAA e a NASA utilizam satélites como o Aura, NOAA-20 e Suomi NPP, além de balões meteorológicos, para monitorar o ozônio. Em 2024, a concentração mais baixa registrada foi de 109 unidades Dobson, no dia 5 de outubro. Apesar da melhoria, esse número ainda está distante dos 225 registrados em 1979, antes da poluição generalizada por CFCs. “Há um longo caminho até que a camada volte ao nível de décadas passadas”, ressalta o químico Bryan Johnson, da NOAA, embora as projeções indiquem uma recuperação completa até 2066.

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